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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A CRISE DA MEIA-IDADE PARTE 2

Mudança biológicas e físicas significativas ocorrem, tanto para homens como para mulheres, na meia-idade ou próximo dela. A maioria das pessoas atinge um auge de funcionamento biológico em torno de 28 a 32 anos de idade, após o que mudanças graduais podem começar a ser observadas. Ao chegar aos quarenta anos, a maioria percebe que seu corpo está diminuindo de ritmo; ao mesmo tempo, o processo de envelhecimento começa a parecer que se dão conta do “alargamento da meia-idade” ; é comum que passem a se preocupar com seus níveis de colesterol e com sua pressão arterial; muitos começam a detestar o acúmulo de cabelos brancos e a achar que talvez não consigam se lembrar das coisas tão bem como antes. Há, na verdade, declínios e perdas. Os ganhos, contudo, podem ser mais importantes.
Os homens, embora suas mudanças sejam graduais, provavelmente precisarão despender mais tempo e mais fôlego para disputar com eficiência uma partida de tênis. Ao fazer amor, sua reação a estímulos pode também ser mais lenta, não obstante sua capacidade de prolongar o ato seja freqüentemente maior, permitindo um relacionamento mais profundo e mais íntimo. Embora se tenham observado quedas graduais nos níveis de hormônio masculino entre as idades de 48 e 70, não há nenhuma indicação definitiva de que os homens passem, na segunda metade da vida, por qualquer mudança abrupta de desempenho, força ou “macheza” inerente. Além do mais muitas questões científicas têm de ser resolvidas antes de se poder ministrar a homens de meia-idade suplementos de testosterona para manter a virilidade e retardar o processo de envelhecimento.
Nas mulheres há a inquietante mudança chamada menopausa que marca a cessação do ciclo menstrual e, como norma, da capacidade de ter filhos. Com a menopausa, interrompe-se a produção de estrogênio nos ovários, o que pode causar alguns sintomas físicos perturbadores. Entre eles, calores súbitos, suor noturno, ressecamento da vagina e coito doloroso. As mudanças hormonais podem também causar distúrbios de estado de espírito e um declínio do desejo sexual. Entre os efeitos de longo prazo incluem-se um maior risco de enfermidades cardíacas e de osteoporose. A terapia de substituição hormonal é capaz de aliviar muitos dos sintomas de curto prazo e de minimizar os riscos futuros. Entretanto, a suplementação de estrogênio não é adequada para todas as mulheres.
Enquanto em séculos anteriores as mulheres talvez não vivessem o tempo suficiente para passar pela menopausa, a mulher média de hoje pode esperar sobreviver ao fenômeno uns trintas anos ou mais. Infelizmente, na sociedade ocidental contemporânea, a menopausa é com freqüência encarada de forma negativa. Uma das principais conclusões de um simpósio sobre o tema patrocinado pelo instituto nacional de saúde dos estados unidos foi que a menopausa tende a ser associada a doenças e é muitas vezes “tratada” como uma enfermidade, não como uma transição normal da vida. Tal modo de ver afeta as expectativas das mulheres em relação à menopausa e, provavelmente, a maneira como lidam com a questão.
Não obstante, um número cada vez maior de mulheres descobre agora que a “mudança na vida” não é algo para ser abominado ou temido e que experiência, além do mais, tende a ser altamente individualizada. Embora ocorram eventuais desconfortos, como em todas as transições da vida, pode-se emergir dessa experiência sentido-se mais saudável, mais livre e mais confiante
-um fenômeno que a antropóloga Margaret Mead chamous com propriedade de “entusiasmo pós-menopausa”.
Em seu livro Drawing from the Women’s Well: Reflections on the life passage of Menopuase, Joan Borton recorre ao rito tradicional de passagem para explicar e exaltar a menopausa. Ela a conduz de um estado passivo, que é suportado silenciosa e solitariamente, para um estado ativo, partilhado com outras mulheres
- em que as mulheres se engajam conscientemente em mudar e em “juntar-se à comunidade dos mais idosos”. Essa transformação é “fonte de vida e, portanto, sagrada, ligando-nos ao divino”, diz Borton. Há um grande potencial de aprendizagem espiritual quando se faz uma escolha para recorrer com “o fascinante processo de equilíbrio da natureza”. A verdadeira mudança não é apenas um acontecimento do corpo, mas também um acontecimento da alma, que Borton descrever como o tornar-se “uma só coisa com o mistério da vida”.
Assumir a experiência da menopausa, em vez de olhá-la como uma enfermidade, habilita as mulheres a lidar com necessidades espirituais e emocionais importantes. Uma pesquisa com mais de 500 mulheres americanas de 45 a 55 anos de idade, constatou que as verdadeiras questões que as preocupavam, à medida que se aproximam da menopausa, não eram de natureza física, como os calores súbitos, mas sim questões como os relacionamentos, a “síndrome do ninho vazio” e a avaliação das carreiras.
De fato, a segunda metade da vida envolve mais do que conter as marés do tempo. A aclamada escritora feminista Betty Friedan mostra que a chave para se passar pela meia-idade sem crise está em não considerar o envelhecimento como um declínio da juventude. Se as pessoas mantêm essa visão limitada, “fazem da própria idade um problema”, escreve ela em seu livro The Fountain of Age, publicado quando já tinha 72 anos. Com base em suas própria e amplas pesquisas, Friedan conclui que o declínio que vem com a idade, na capacidade para diversas coisas, não é nem universal nem previsível. Aqueles que vêem a velhice como mais um estágio de desenvolvimento em potencial, e não como doença terminal, continuam a ter vitalidade e a ser produtivos, encontrando muitas possibilidades novas de crescimento.

FONTE:
ROBERT ATKINSON é PhD,
Professor assistente de
Desenvolvimento humano e diretor
Do Centro para o Estudo das Vidas
Na Universidade de Southern Maine,
Gorham.

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