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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A CRISE DA MEIA-IDADE PARTE 3

Mais e mais pessoas estão descobrindo que a meia-idade  não é necessariamente um período de crise. Ao contrário, é um período de busca. A meia-idade pode indicar uma busca do amor, uma busca da independência, bem como de interdependência, ou uma busca do “sagrado”. Pode ser um período para curar “velhas feridas” ou para encontrar sua verdadeira vocação.
A busca da inteireza. Para muitos a busca da meia-idade é de inteireza. Jung acreditava que as pessoas, na segunda metade da vida, começam a descobrir em si mesmas, e a expressá-las, qualidades que tinham ficado adormecidas ou negligenciadas na primeira metade e, ao fazê-lo, atingem a inteireza e o equilíbrio. Gerzon compara a metamorfose que ocorre em torno da meia-idade à de uma lagarta que se transforma em borboleta.  Ninguém chega inteiro à segunda metade da vida; todos foram feridos, física, psicológica ou espiritualmente, embora algumas pessoas possam não se dar conta desses ferimentos. Os que não opõem resistência à mudança, ou que a não repudiam, descobrirão que um novo “ser” está esperando para emergir.
A busca do amor. Outra busca comum na meia-idade é a do amor. Freqüentemente ocorrem reavaliações de relacionamentos e a busca de uma intimidade mais profunda. Homens e mulheres podem tentar libertar-se das limitações dos papéis dos sexos e permitir a fusão, dentro de si, de “masculino” e “feminino”. Nessa busca de amor, as pessoas procuram “almas irmãs” que possam ser seus parceiros numa jornada espiritual.
Descobrir a própria vocação. Atualmente, com o tempo médiode carreira cobrindo cinco ou mais décadas para a maioria de nós, é raro sabermos que tipo de trabalho nos dará mais satisfação, quando ainda estamos no primeiro emprego. Futuramente, muitos começarão a procurar alguma coisa que seja mais criativa e lhes dê maior sensação de realização. As pessoas precisam expressar-se por seu trabalho, e por isso começam a ouvir suas próprias vozes interiores para que elas as guiem na direção de suas “verdadeiras vocações”. O êxito na segunda metade da vida não se parecer sempre com que o que era na primeira. As realizações externas podem já não ser fundamentais. Muitas pessoas ficam mais afinadas com seus sentimentos íntimos e identificam um desejo de servir os outros. O desafio da meia-idade passa a ser o de seguir seus próprios sonhos, e uma mudança de carreira, nessa época, pode oferecer o caminho para a transformação.
Um número da revista Fortune traçou perfis de homens e mulheres de meia-idade, numa ampla gama de funções, que tinham “vencido” suas crises de carreira na meia-idade e encontrado novos caminhos para a satisfação no trabalho e o crescimento pessoal. Um ex-banqueiro de 38 anos absorveu um enorme corte salarial a fim de entrar para a redação de um grande jornal metropolitano como editorialista. O que perdeu em salário ganhou em realização pessoal. Uma executiva de 43 anos da General Motors abriu mão de sua posição de supervisora para tornar-se projetista de caminhões para a mesma empresa. Um funcionário de uma repartição no Alabama, destinada a assegurar igualdade de oportunidades de emprego para os cidadãos, cansou-se de seu trabalho burocrático e foi trabalhar com uma turma de operários de construção por seis meses. Disse que queria construir “algo tangível, como uma ponte”-algo que eles pudesse mostrar a seus netos.
A busca do sagrado. Uma das necessidades mais universais  da meia-idade é superar a passividade espiritual –começa a “cuidar da alma”. Em geral, isso significa introduzir alguma forma de disciplinar regular na rotina diária de cada um. “Interessar-se pela própria alma requer certa dose de espaço para reflexão e avaliação” habilita as pessoas a entender e desfrutar sua própria complexidade. Para alguns o descobrimento de um novo significado e objetivo na vida pode chegar por meio de uma união com um “poder superior” um gosto pela espiritualidade vernácula”, que lhes permite “ver a dimensão sagrada da vida do dia-a-dia”.
A meia-idade é, realmente, muito mais do que um tempo de crise. É na segunda metade da vida que as pessoas descobrem o que é pessoalmente sagrado  –o que mais importa para elas nesta vida e para além dela. Aprender o que vem a ser isso pode ser o maior de todos os desafios da meia-idade.

FONTE:
ROBERT ATKINSON é PhD,
Professor assistente de
Desenvolvimento humano e diretor
Do Centro para o Estudo das Vidas
Na Universidade de Southern Maine,
Gorham.

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